Para os romanos, um proletarium era um homem que não contribuía com nada para a comunidade, apenas com seus filhos. Não pagava impostos, não tinha um trabalho digno, e vivia às custas da sociedade.
Vamos deixar bem claro que proletário não é o mesmo que “pobre”. Podemos encontrar proletários ricos, mas que trazem apenas vergonha. Por outro lado, existem pessoas humildes, cheias de caráter, que contribuem, de fato, para a comunidade; essas pessoas, portanto, não se enquadram na definição de proletários.
Mas qual o intuito dessa explicação?
O ódio pela hierarquia, a resistência à autoridade, a rebeldia e o culto à miséria nos levam a um grande vazio. Nossa natureza pede, querendo ou não, uma referência, alguém em quem mirar.
Os corações vazios clamam por algo. Sem essa referência verdadeira, somos incapazes de conduzir nossas vidas. A miséria humana, o orgulho e o egoísmo, perigosamente, buscam por outras coisas para preencher este lugar, mas que são incapazes de o fazer plenamente. Portanto, falsamente preenchida, a humanidade perde o sentido, a miséria reina e temos um mundo de, cada vez mais, proletários.
O paradoxo se instala. Quanto mais ódio à autoridade e mais rejeição a ela, mais a humanidade se torna subserviente a ídolos. Defensores ferrenhos da possibilidade de se colocar de quatro para eles e soldados armados para impedir, a todo custo, qualquer amor ao Sagrado.
Os corações vazios, a falta de sentido, e a necessidade de buscar por algo, tornam o homem uma presa fácil para qualquer canalha com sede de poder. Como diria uma grande mulher, por quem tenho muito apreço, tem método e os canalhas sabem disso.
Por Roberta César