O Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) estão se movimentando, para concretizarem em breve federação partidária. No PSB, o presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, convocou reunião da Comissão Executiva Nacional para apresentar a proposta nesta quinta-feira, 9, na sede do partido em Brasília.
Após encolherem no Congresso neste ano e de olho nas eleições municipais de 2024 e no pleito de 2026, tudo indica que os dois partidos pretendem selar a parceria por no mínimo, quatro anos, conforme prevê artigo 11-A, inserido na Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95). Entre os pedetistas, o movimento tem recebido sinalizações positivas.
Os dois partidos já concordaram em formar um bloco na Câmara, que somará 31 deputados, com 17 do PDT e 14 do PSB. A federação teria ainda sete senadores. Segundo o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o objetivo na reunião desta quinta-feira é “discutir hipóteses” para o futuro da sigla.
Na avaliação da cúpula pessebista, o fim das coligações proporcionais, que entrou em vigor no ano passado, e o avanço da cláusula de barreira forçam a análise de caminhos para a sobrevivência de partidos de diversos campos. Pela esquerda, houve duas federações no ano passado: PT, PCdoB e PV, de um lado, e PSOL e Rede em outra iniciativa.
Os resultados mostraram que o isolamento não é a solução. PSB e PDT são dois partidos com o mesmo tamanho, e o equilíbrio é muito importante numa federação ressaltou Siqueira. Em 2022, a bancada eleita pelo PSB para a Câmara, de 14 deputados, foi menos da metade dos 32 eleitos pelo partido em 2018.
O PDT também caiu de patamar: fez nove deputados federais a menos do que os 28 que havia elegido no pleito anterior. O decréscimo ligou o sinal de alerta em ambos para as condições futuras de bater a cláusula de barreira, que exigirá, a partir de 2030, ao menos 3% dos votos válidos nacionalmente na eleição à Câmara para que as legendas mantenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e TV.
PSB e PDT, que haviam tido mais de 5% cada em 2018, no ano passado obtiveram 3,8% e 3,5%, respectivamente. Embora o foco seja a sobrevivência a partir de 2026, as siglas também miram a corrida por prefeituras no próximo ano.
Em 2020, uma aliança entre PSB e PDT foi vitoriosa em quatro capitais: Aracaju, Fortaleza, Maceió e Recife. Na avaliação de lideranças, a federação entre PSB e PDT pode evitar que as siglas dependam de estar na órbita do PT em eleições futuras.